Histórico

Retomar a construção histórica do Programa permite compreender a dimensão ocupada por ele no cenário nacional. O Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos, um dos mais antigos do país, começou a ser pensado em 1974 por um grupo de educadores (Dermeval Saviani, seu fundador e primeiro coordenador, Maria Amélia Goldberg, Miriam Jorge Warde, Bernadete Gatti, Maria Luísa Santos Ribeiro, Ester Buffa e Guiomar Namo de Mello). Implantado em 1976, continua sendo um programa de referência nacional. Desde sua criação, o Programa se tornou lócus de contestação às políticas educacionais da ditadura militar e, ao mesmo tempo, difundiu teorias críticas, que, naquele momento, começavam a desnudar o caráter idealista e a visão positivista que predominavam no tratamento da educação brasileira. O PPGE foi criado com a pretensão de não ser apenas mais um Programa de Pós-Graduação em Educação no Brasil.Sempre concebeu a pesquisa em educação como atividade indissociável do ensino, ambas indispensáveis para a formação do pesquisador. O PPGE da UFSCar, ao longo dos seus 44 anos de existência, tem procurado, através de esforços de seu corpo docente e discente, articular projetos, disciplinas e o desenvolvimento de teses e dissertações, bem como a produção de artigos e livros. A produção de conhecimento fomenta a formação de futuros pesquisadores em Educação e a formação de recursos humanos para o ensino superior e institutos de pesquisa. Investindo em pesquisas que tratam de questões que consideram a sociedade brasileira e o processo educacional de forma ampla, o programa tem privilegiado a articulação da Educação com os campos das diferentes ciências e tecnologias, do trabalho, da cultura, contemplando temáticas diversas de relevância nacional e internacional.

O PPGE da UFSCar iniciou suas atividades em 1976; em sua origem, ofereceu o Curso de Mestrado. Era composto por duas áreas de concentração: “Planejamento e Avaliação Educacional” e “Pesquisa em Educação”. Em 1981, a primeira foi substituída pela de Metodologia de Ensino e, em 1985, a segunda passou a constituir a área de Fundamentos da Educação. A partir de 1991 passou a oferecer também o Curso de Doutorado. A organização do Programa nas duas áreas originais vigorou até 2008, quando a área de Metodologia de Ensino mudou a sua nomenclatura para Processos de Ensino e de Aprendizagem. A área de Fundamentos da Educação, permaneceu de 1996 até 2007, com as suas atividades desdobradas em quatro linhas de pesquisa : Fundamentos da Educação; Educação Brasileira; Educação e Trabalho; Estado, Gestão e Políticas Educacionais. Em 2008, a área passou a ser composta por três linhas: História, Filosofia e Sociologia da Educação; Educação e Trabalho; Estado, Políticas e Gestão Educacional. A área de Metodologia de Ensino organizava-se, até 1999, em quatro linhas de pesquisa: Formação Básica de Professores e Demais Agentes Educacionais; Formação Continuada de Professores e Outros Agentes Educacionais; Planejamento e Avaliação do Ensino; Processos de Ensino-Aprendizagem. Em 2000, essa área, ainda designada Metodologia de Ensino, começou a empreender um processo de refinamento na sua organização científica, acadêmica e pedagógica e uma reanálise dos interesses de pesquisa dos alunos e da produção dos docentes.

O Programa na avaliação trienal divulgada em 2007 obteve o conceito 4, o que intensificou a compreensão da necessidade de reorganizar suas linhas, que se mantiveram até o final do triênio 2007-2009: Formação de Professores e Outros Agentes Educacionais; Processos de Ensino e Aprendizagem; Ensino de Ciências e de Matemática; Práticas Sociais e Processos Educativos. Em 2008, foram efetuadas adequações na estrutura curricular para que a nova denominação da área pudesse coexistir com a antiga, preservando as pesquisas, as produções e trabalhos de conclusão vinculados à área de Metodologia de Ensino. Em 2009 foi criada nova área Processos de Ensino e de Aprendizagem e mantida a área Metodologia de Ensino, em extinção,, enquanto houvesse alunos vinculados a ela. Embora essas reestruturações tenham sido realizadas buscando maior integração entre as duas Áreas de Concentração, ainda ressentia-se de um Programa marcado por duas Áreas. Essas observações, mencionadas na avaliação interna do Programa e, reforçadas na visita de acompanhamento da CAPES realizada pelos professores Flávia Werle e Ronaldo Lima, nos conduziram a continuar nossas reflexões internas e estudos. Foi instituída em 2008 uma Comissão Interna de Reformulação do PPGE. Terminou-se o triênio 2007/2009 com todo o estudo de reformulação concluído, com excelente produtividade, com o TMT ajustado, com adoção de uma política equilibrada de atribuição de vagas para os orientadores e com maior rigor na política de credenciamento. O resultado não poderia ser outro: pela trajetória e inserção nacional, o Programa, em um esforço coletivo de todo o corpo docente, estudantes e funcionários, recuperou a nota cinco, tendo obtido conceito muito bom em todos os itens avaliados pela CAPES. Esse resultado não levou à paralisação ou à acomodação. Prosseguiram-se para reformulação do PPGE-UFSCar, intensificando os trabalhos da Comissão de Reestruturação. As propostas eram apresentadas a todo colegiado de docentes do programa em reuniões e assembleias para discussões, análises, adequações e aprovações. Foi aprovada pelo colegiado de docentes do PPGE, em agosto de 2010, a ampla reestruturação do Programa. Submetida à apreciação do Conselho de Pós-Graduação da UFSCar, o novo Regimento Interno do PPGE foi aprovado em sua 20ª reunião, parecer 199/2010, de 25/08/2010. Com a nova configuração, o Programa passou a se organizar em uma única área de Concentração: “Educação”, composta por sete novas Linhas de Pesquisa: Educação em Ciências e Matemática; Educação Cultura e Subjetividade; Educação Escolar: Teorias e Práticas; Estado, Política e Formação Humana; Formação de Professores e Outros Agentes Educacionais, História, Filosofia e Sociologia da Educação; Práticas Sociais e Processos Educativos. Destaca-se que essa reestruturação possibilitou maior organicidade do Programa, garantindo a permanência das perspectivas de pesquisas que tradicionalmente tinham sido responsáveis pela excelência do programa, articuladas com perspectivas mais refinadas das concepções investigativas dos docentes, com consequente melhoria dos níveis de produção e de produção de conhecimento... Tais linhas foram constituídas considerando que docentes e discentes do PPGE-UFSCar desenvolvem trabalhos articulados em torno dos eixos temáticos da linha. Com essa reformulação ocorreu maior articulação entre as disciplinas e trabalhos de conclusão, demonstrando coerência temática e organicidade interna. Os docentes assumiram o compromisso de satisfazer os critérios de produção bibliográfica CAPES; conseguimos um dimensionamento dos projetos de pesquisa em andamento e do número de orientações e de exercício da docência. A Comissão de Pós-Graduação (CPG) passou a contar com um representante e um representante suplente de cada Linha de Pesquisa, além do coordenador, vice-coordenador e representante discente. Desta forma, o programa realizou uma reestruturação histórica sob a forma de unificação do Programa organizado em sete linhas de pesquisa, respondendo a todas as críticas feitas ao programa desde a implantação do sistema CAPES de avaliação. Sob esta nova configuração, pactuada de maneira democrática, foi eleita para o triênio 2010/2012 a coordenação do programa liderada pelos professores Cármen Lúcia Brancaglion Passos (coordenadora) e Antônio Álvaro Soares Zuin (vice-coordenador). A coordenadora (Cármen Lúcia Brancaglion Passos) foi reeleita para o triênio 2013/2015 com o novo Vice-Coordenador (Flávio Caetano da Silva). Para o triênio 2015-2018 foram eleitos a Profa. Rosa Maria Moraes Anunciato e o Prof. Flávio Caetano da Silva, respectivamente como Coordenadora e Vice-Coordenador.

Para o triênio 2018/2021 foram eleitos o Prof. José Carlos Rothen (coordenador) e Prof. Luiz Bezerra Neto (vice-coordenador).
Em 2017, foi criada a Comissão Própria de Avaliação (CPA/PPGE UFSCar) por meio da Norma Complementar 02/2017 para:

  1. coordenar os processos internos de avaliação do PPGE;
  2. constituir subcomissões de avaliação;
  3. elaborar e analisar relatórios e pareceres, bem como encaminhá-los às instâncias do PPGE;
  4. emitir parecer sobre os resultados da avaliação quadrienal da CAPES;
  5. oferecer subsídios para a elaboração de projetos, programas e ações que proporcionem a melhoria institucional do PPGE/UFSCar.

Em 2019, decidiu-se abrir a discussão para rever e atualizar a norma de credenciamento docente, o que permitiu reavivar alguns princípios e valores do programa. Ainda nesse ano, estimulado pela indicação da coordenação de área da necessidade da elaboração de um planejamento estratégico do programa, iniciou-se um processo de reflexão sobre a atuação do PPGE. Definiu-se como questões norteadoras para a discussão: a visão de inserção social e internacionalização, o contexto atual do tema, a atual situação do programa, as condições para o impacto social e internacionalização, finalmente estabelecendo metas vinculadas ao objetivo do programa. Ressalta-se que a temática da formação e investigação científica foram transversais, além de serem acompanhadas pela avaliação da Comissão Própria de avaliação.

Para cada um dos três eixos (organização do programa, impacto social e internacionalização) foi criada uma comissão com o objetivo de elaborar levantamentos das atividades realizadas pelo programa, de coordenar a discussão interna do Programa e de redigir os resultados dos trabalhos. Cada uma das comissões trabalhou paralelamente e discutindo os resultados em seminários e reuniões do colegiado do programa. Somado ao trabalho destas três comissões, a Comissão Própria de Avaliação (CPA) realizou a avaliação da formação discente e produziu um relatório com suas conclusões.

Depois de concluído o trabalho das Comissões, respeitando o estilo redacional de cada uma delas, realizou-se a sistematização dos resultados em um documento único, que foi discutido nas linhas de pesquisa, analisado e aprovado no Colegiado dos Professores com a participação discente em março de 2021.

Organização Administrativa do PPGE

Desde setembro de 2010, o PPGE passou a ser administrado por uma Comissão de Pós-Graduação - CPG e uma Coordenadoria. A CPG é constituída pelo Coordenador do PPGE, Vice-Coordenador (eleitos por eleição direta, pelos docentes credenciados no Programa e pelos alunos nele regularmente matriculados em seus cursos); por representantes dos docentes de cada linha de pesquisa (eleitos pelos seus pares credenciados no PPGE); e representante discente regularmente matriculado no PPGE (eleito pelos pares). Os mandatos do Coordenador, Vice-Coordenador e Representantes de Linhas na CPG é trienal, renováveis por mais um período; o mandato do representante discente é de 1 (um) ano. Há ainda uma Comissão de Bolsas, presidida pela Coordenadora do Programa, com a participação de um professor representante de cada linha de pesquisa. O programa conta também com o colegiado dos professores como órgão consultivo da CPG, no qual todos os professores têm assento e conta com a representação estudantil.